Em 1994, participei de um workshop com a artista norueguesa Inghild Karlsen, convidada da 22° Bienal de São Paulo, realizado na oficina Cultural Oswald Andrade. Ali apresentei a performance Luz, com o grupo Artistas Associados. Tratava-se de um trabalho novamente voltado a questão do feminino. Utilizava uma grande concha, um ninho feito de sisal, uma coroa de cipó, em forma de espiral, e um livro com gravuras em metal. Estas quatro peças ficavam no chão, formando um quadrado. A performance consistia no meu caminhar, descalça, usando um vestido preto, rebordado inteiramente com vidrilhos pretos, em direção ao centro do quadrado. Ato contínuo, vestia a coroa de cipó, que me cobria os olhos e envolvia o corpo, e tomava o livro nas mãos, postando-me entre a concha e o ninho. Por fim, folheava o livro, girando em sentido anti-horário, estabelecendo como ponto de parada os vértices imaginários do quadrado.