Livro de artista / Fotolivro
Arte contemporanea / Fotografia
Ao escolher o Livro como espaço para o desenvolvimento da obra de arte, não posso deixar de pensar na ligação primeira que possuímos com este objeto, “o livro é uma extensão da memória e da imaginação. Que diferença pode haver em recordar sonhos e recordar o passado? Essa é a função exercida pelo livro.” *
Nossa relação com ele acontece muito cedo, anterior a alfabetização, nos livros de imagens, nas estórias lidas em voz alta pelos adultos, que nos levam a mundos distantes. A leitura, as estórias, as páginas viradas, as letras, as ilustrações, o cheiro da tinta e do papel compõem todo um conjunto misto de sensações e descobertas.
É algo tátil, portátil, pessoal, misterioso e que se constitui em uma experiência única. Apresenta-se geralmente em forma de um volume retangular, com páginas que podem ser folheadas, elementos escriturais impressos, com sequêncialidade e narrativa. É compreendido e utilizado por várias culturas, às vezes com suportes inusitados, além de ser um veículo de democratização e difusão do conhecimento.
Um fator, que acredito o mais importante e que marcou minha vida, foi ter passado a infância na tipografia de meu pai, sentir o cheiro da tinta, perceber a textura do papel, ouvir o barulho das impressoras, entender a construção do texto letra por letra e, à noite, ouvir as histórias contadas por minha mãe, antes mesmo de estar alfabetizada. Esse dois mundos complementares, a escrita e a leitura, me levaram a descortinar a viagem da imaginação e criação.
Trabalhar com a criação de livro de artista e fotolivro foi um dos meus desafios, realizei alguns que apresento aqui neste site.
* O livro, Luis Borges